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A garra de orvalho, também conhecida como ergô ou esporão, é um digito vestigial encontrado em certas raças de cães. Esse termo refere-se a uma pequena garra que está presente nas patas traseiras ou dianteiras dos animais. Mas afinal, o que é exatamente a garra de orvalho e qual a sua função?
O que é a garra de orvalho?

A garra de orvalho é considerada o quinto digito nas patas dos cães. Em algumas raças, ela pode ser completamente ausente, enquanto em outras é mais proeminente.
Essa garra de orvalho pode estar presente nos membros anteriores e não nos posteriores, o que é uma característica comum em várias raças. Ela faz parte dos ossos do metacarpo dos cães, e sua presença varia dependendo da raça do animal. Alguns cães têm esse digito firmemente preso por tendões, o que lhes confere utilidade, enquanto em outros, está preso apenas pela pele, tornando-a solta e mais propensa a ferimentos.
Embora a função da garra de orvalho tenha sido perdida ao longo do processo de evolução, ainda existem teorias sobre sua possível utilidade. Alguns acreditam que ela poderia ajudar os cães a escalar terrenos acidentados ou a melhorar sua estabilidade durante corridas.
Uma raça de cão conhecida por ter dois esporões nas patas traseiras é o pastor beauceron. Esses esporões extras auxiliam o animal a ter mais tração durante suas atividades, tornando-o um ótimo escalador.

Com suas patas posteriores bem equipadas, o pastor beauceron é capaz de enfrentar terrenos íngremes e acidentados com facilidade, garantindo estabilidade e agilidade em suas escaladas. Essa característica única ressalta a adaptação evolutiva das garras de orvalho em algumas raças de cães, mesmo que a função exata dessas estruturas ainda seja objeto de estudo e debate.
Além de cães, a garra de orvalho também está presente em várias raças de gatos e na maioria dos mamíferos. No entanto, é importante destacar que nem todos os cães ou gatos possuem essa garra, e sua presença varia de acordo com a genética e a evolução de cada espécie.

Qual é a função da garra de orvalho?
A presença da garra de orvalho, também conhecida como quinto dedo ou dewclaw, nos cães tem sido motivo de debate na comunidade veterinária. Diferente dos demais dedos das patas, esse pequeno apêndice se localiza mais acima, próximo ao pulso. A literatura científica ainda não chegou a uma conclusão definitiva sobre a função desse digito extra nos caninos, mas muitos especialistas acreditam que ele de fato desempenha um papel importante na vida dos pets.
Em muitas raças de cães, essa garra faz contato com o chão quando o animal corre, e suas unhas se desgastam naturalmente, assim como os demais dedos das patas. Isso sugere que ela pode auxiliar na estabilidade e no equilíbrio durante movimentos rápidos, evitando possíveis lesões.
Além da questão do equilíbrio, alguns cães utilizam a garra de orvalho, juntamente com as demais patas, para segurar objetos, como brinquedos ou comida. Esse digito extra funciona como um “polegar” adicional, permitindo que o cão tenha maior destreza ao manipular objetos com as patas dianteiras.
Fique atento ao crescimento do ergô

Os tutores de cães devem estar atentos ao crescimento das garras de orvalho. Diferentemente das unhas dos outros dedos, a garra de orvalho não se desgasta tão facilmente, pois geralmente não faz contato com o chão durante o caminhar do animal. Em alguns casos, elas podem crescer excessivamente, causando desconforto, enganchamento em tecidos ou até mesmo ferimentos. Por isso, é importante realizar o corte regular dessas garras quando elas se tornarem muito grandes.

É necessário remover a garra de orvalho?

A garra de orvalho, também conhecida como ergô, desempenha um papel importante na saúde e funcionalidade dos cães. Como já explicado anteriormente, esse digito é utilizado pelos animais durante a corrida e ao tentar segurar objetos. Portanto, não é recomendada a remoção da garra de orvalho sem um motivo válido, pois isso pode prejudicar o seu animal de estimação.
Em certas raças de cães, as garras de orvalho podem ser frágeis, sendo presas apenas pela pele e sem a firmeza proporcionada por tendões. Nessas situações, a remoção da garra de orvalho pode ser recomendada por um veterinário. Isso ocorre porque o esporão pode se rasgar facilmente e se tornar propenso a infecções.
Outro aspecto a ser considerado é que em raças que não possuem tendões na garra de orvalho, as unhas desse digito não se desgastam naturalmente, tornando-se longas e podendo se prender em tapetes ou objetos enquanto o cão anda. Isso pode resultar em machucados para o animal. Portanto, em casos como esse, a remoção da garra de orvalho pode ser uma opção para evitar tais problemas.
No entanto, é importante ressaltar que a remoção cirúrgica ou caseira da garra de orvalho pode prejudicar o seu animal de estimação. Evidências sugerem que a falta desse digito extra causa maior estresse nos ligamentos da pata ao longo da vida do cão. Por isso, é fundamental buscar orientação profissional antes de considerar a remoção da garra de orvalho.
Em resumo, a menos que haja uma necessidade específica indicada por um veterinário, não é recomendado remover a garra de orvalho. Esse digito tem funções importantes na estabilidade, equilíbrio e manipulação de objetos por parte dos cães. Cada caso deve ser avaliado individualmente, levando em consideração a saúde e o bem-estar do animal.
Como é removida a garra de orvalho?

A remoção da garra de orvalho, também conhecida como exérese do ergô, é um procedimento realizado em cães para retirar o quinto digito nas patas. Essa remoção é feita utilizando bisturis e pinças, de forma cuidadosa e precisa, visando o bem-estar do animal.

A remoção da garra de orvalho é um procedimento relativamente simples e, na maioria dos casos, é realizada utilizando apenas anestesia local. Isso significa que o animal ficará confortável durante o procedimento, sem sentir dor significativa.
É recomendado que a garra de orvalho seja removida logo após o filhote ter nascido ou quando o cão ainda é jovem, geralmente entre 2 a 5 anos de idade. Nessa fase, o procedimento é mais simples e o animal se recupera mais facilmente.

No entanto, é importante considerar que a remoção da garra de orvalho é um tema controverso e nem todos os cães precisam passar por esse procedimento. Alguns veterinários defendem a manutenção da garra de orvalho, desde que ela não cause problemas ou desconforto para o animal.
Pontos importântes sobre o procedimento
- O procedimento é chamado de exérese do ergô e envolve o uso de bisturis e pinças.
- O valor do procedimento varia de acordo com a articulação do ergô e a idade do animal, com custos que podem variar de R$ 50,00 a R$ 300,00.
- A remoção é geralmente realizada com anestesia local, garantindo o conforto do cão durante o procedimento.
- Recomenda-se remover a garra de orvalho quando o filhote nasce ou quando o cão é jovem, entre 2 a 5 dias de idade.
Fontes
Sellon, D. C., Martucci, K., Wenz, J. R., Marcellin-Little, D. J., Powers, M., & Cullen, K. L. (2018). A survey of risk factors for digit injuries among dogs training and competing in agility events, Journal of the American Veterinary Medical Association, 252(1), 75-83.