Projeto de deextinção do mamute lanoso: o Futuro da Clonagem e Conservação?

Bem-vindo ao emocionante mundo da deextinção, um campo científico que busca trazer de volta espécies extintas à vida. No centro desse fascinante campo está o mamute lanoso, uma criatura pré-histórica que desperta curiosidade e admiração. Neste artigo veremos quais são os projetos que buscam reviver esse animal e como os geneticistas buscam fazer isso.

Quem Eram os Mamutes Lanosos?

Reconstrução da aparencia do mamute lanoso, fonte da imagem: Thomas Quine

Os mamutes lanosos, conhecidos cientificamente como Mammuthus primigenius, foram criaturas fascinantes que habitaram a Terra durante o período Pleistoceno, entre 300.000 e 10.000 anos atrás. Esses magníficos animais percorreram as vastas regiões de tundra fria da Europa, Ásia e América do Norte, deixando um legado marcante em nossa história. Embora o último grupo conhecido de mamutes lanosos tenha sobrevivido até cerca de 1650 a.C., sua presença ressoa até os dias atuais.

O Período Pleistoceno: A Era dos Mamutes Lanosos

Os mamutes lanosos viveram durante o período Pleistoceno, uma era geológica caracterizada por temperaturas frias e glaciações. Seu habitat era predominantemente composto por estepes e tundras, características comuns em toda a Eurásia e América do Norte durante esse período. No entanto, há evidências que indicam que algumas populações desses mamutes também habitavam florestas na região central dos Estados Unidos atualmente. Essa adaptabilidade permitiu que essas magníficas criaturas explorassem diversos ambientes em busca de alimento.

A Aparência dos Mamutes Lanosos

Os mamutes lanosos eram verdadeiros gigantes, com uma altura média variando entre 3 e 3,7 metros (aproximadamente 10 a 12 pés) e um peso imponente de 5.500 a 7.300 kg (entre 6 e 8 toneladas). Sua imponência os destacava como um dos maiores mamíferos terrestres a vagar pela Terra.

A pelagem do mamute lanoso era composta por duas camadas distintas. Uma pelagem interna amarelada e marrom, com cerca de 2,5 cm de espessura, fornecia isolamento térmico essencial contra as temperaturas extremamente frias. Acima desta camada interna, havia uma cobertura externa de pelos marrons escuros, mais ásperos e mais longos, podendo chegar a mais de 70 cm de comprimento em alguns indivíduos. Adicionalmente, uma camada de gordura de até 8 cm de espessura atuava como isolante adicional contra o frio intenso.

Caso queira saber mais, clique na aba abaixo para ler um artigo completo sobre esse gigante glacial.

Os Projetos Para Reviver o Mamute Lanoso

O emocionante campo da deextinção nos convida a explorar a possibilidade de trazer de volta espécies extintas, e entre elas, o majestoso mamute lanoso ganha destaque, a disponibilidade de inúmeros fósseis semi-intactos do mamute lanoso, a maioria encontrada na Sibéria, oferece uma rica fonte de material genético com milhares de anos de idade. Esses vestígios congelados no tempo têm inspirado cientistas a conceberem a ideia ambiciosa de criar um clone dessa espécie extinta.

Impacto na Conservação e no Ecossistema Ártico

A reintrodução dos mamutes lanosos pode ter um impacto significativo no ecossistema ártico. No passado, esses gigantes herbívoros desempenharam um papel crucial na disseminação de sementes e na criação de caminhos para a formação de rios naturais. Restaurar um ecossistema de pradarias pode ajudar a combater o aquecimento global, protegendo o permafrost do Ártico, um importante reservatório de carbono.

O Papel da Colossal na Ressureição do Mamute Lanoso

Em 2021, uma empresa chamada Colossal recebeu um investimento de 15 milhões de dólares para liderar o projeto de reviver o mamute lanoso. Essa iniciativa ambiciona utilizar os avanços atuais na edição genética para tornar viável o retorno dessa espécie extinta.

Uma foto da logo da empresa ''Colossal''.
Fonte da imagem: https://colossal.com/

Enquanto a clonagem direta do mamute lanoso ainda permanece impossível, os cientistas estão explorando uma abordagem alternativa. A ideia é criar um embrião utilizando o DNA do mamute e impregnar uma Elefanta Asiática, o parente mais próximo dos antigos mamutes lanosos. Essa estratégia busca preservar os elefantes asiáticos, que estão próximos da extinção, através desses mamutes híbridos.

O Plano para Criar o Mamute-Elefante Híbrido

Uma foto de um elefante asiático

O plano para reintrodução do Mamute Lanoso feito pela empresa Colossal atualmente está dividido em 10 passos, sendo eles:

  1. Em busca das Melhores Amostras de Mamutes Lanosos

Para trazer de volta o majestoso Mamute Lanoso, é crucial encontrar amostras bem preservadas desta espécie no Alasca e na Sibéria. Apesar de terem milhares de anos, alguns restos completos desses animais foram descobertos em um estado tão impressionante que parecem ter vivido recentemente na Terra.

  1. Decifrando o DNA: Sequenciando o Genoma do Mamute Lanoso

Antes de prosseguirmos, precisamos sequenciar o genoma de vários Mamutes Lanosos para garantir que as informações genéticas obtidas sejam precisas e consistentes. Esse processo envolve utilizar diversas sequências para obter um genoma completo, com algumas lacunas permitidas pelas limitações do sequenciamento de DNA antigo e montagens.

  1. O Parente Mais Próximo: Sequenciando o Genoma do Elefante Asiático

Para complementar o estudo, é essencial sequenciar várias amostras de elefantes asiáticos. Essa espécie é o parente vivo mais próximo do Mamute Lanoso e fornecerá informações cruciais. Além disso, já temos um genoma de referência do elefante asiático disponível ao público, o que facilita o processo.

  1. Descobrindo os Segredos da Adaptação ao Frio Extremo

Entender quais genes tornam o Mamute Lanoso perfeitamente adaptado a climas frios é fundamental. Características como pelos longos e densos, presas curvadas, depósitos de gordura, crânio em formato de domo e hemoglobina têm papel importante nessa adaptação e precisam ser identificadas.

  1. Preparando o Terreno para a Edição Genética

Trabalhando em parceria com conservacionistas, obteremos tecidos de elefantes e derivaremos células saudáveis em crescimento. A seguir, utilizaremos ferramentas de edição de genes que funcionam como tesouras, cortando o DNA do elefante e fornecendo uma sequência de Mamute para incorporar nas células do elefante no mesmo local.

  1. Edição Genética: Criando uma Linha de Células Adaptadas ao Frio

Um total de 65 genes relevantes serão editados para criar uma linha de células de elefante adaptadas ao frio, reconstituindo características essenciais do Mamute Lanoso. Todas as edições serão minuciosamente verificadas através de tecnologias de sequenciamento.

  1. Testando as Edições Genéticas

Avaliar as características das células editadas é uma etapa crucial. Para isso, utilizaremos tecnologia de células-tronco para testar as características por meio de sequenciamento e ensaios funcionais. Além disso, modelos animais serão usados para testar características como os pelos longos, essenciais para a adaptação ao frio.

  1. A Fundação do Novo Ser: Transferência Nuclear e Fertilização

Com as células editadas, o próximo passo é o uso do núcleo dessas células para fundi-lo com um óvulo de elefante asiático colhido de uma fêmea saudável. Essa etapa é crucial para dar origem ao embrião do Mamute-Elefante.

  1. O Penúltimo Passo: Gestação

Agora, implantamos o embrião inicial nas elefantas saudáveis, sejam asiáticas ou africanas. Durante a gestação, que dura incríveis 22 meses, cuidaremos das elefantas em uma instalação de conservação de classe mundial. Ao final desse longo período, nascerão os primeiros filhotes de Mamute Lanoso.

  1. O Último Passo: O Renascimento do Mamute Lanoso

Acompanharemos o crescimento dos filhotes com atenção especial, auxiliando em sua nutrição e interação social para garantir que se desenvolvam de maneira saudável e bem-adaptada ao seu ambiente. Com essa ousada estratégia, abrimos caminho para a ressurreição de uma espécie há muito extinta, contribuindo para a preservação da biodiversidade em nosso planeta.

Fonte: https://colossal.com/mammoth/

A Reação aos Projetos de Deextinção

Maior espécime de mamute lanoso europeu, um macho no Museu de História Natural e Mamute de Südostbayerisches, em Siegsdorf.

A deextinção do mamute lanoso é um projeto empolgante que gera diferentes reações na comunidade científica e no público em geral. Enquanto alguns apoiam entusiasticamente essa iniciativa, outros levantam preocupações éticas e ambientais.

Apoio Científico e Público: O Potencial para um Futuro Melhor

O projeto de deextinção do mamute lanoso recebe amplo apoio da comunidade científica e do público, devido a suas perspectivas benéficas. A reintrodução dessa espécie extinta poderia não apenas restaurar um componente importante dos ecossistemas do passado, mas também servir como uma base para projetos futuros envolvendo outros animais extintos, sejam por ação humana ou não. A tecnologia e o conhecimento desenvolvidos nesse projeto podem ter aplicações mais amplas para a conservação e reabilitação de espécies ameaçadas de extinção, auxiliando na proteção de ecossistemas comprometidos em nosso tempo.

Críticas Éticas e Ambientais

No entanto, o projeto também enfrenta críticas. Muitas pessoas estão preocupadas com as ramificações éticas relacionadas à ressurreição de uma espécie extinta usando edição genética. Alguns argumentam que criar vida artificialmente é uma afronta à natureza e que os cientistas estão tentando “brincar de Deus”. Existe o medo de que, se a ressurreição do mamute lanoso for bem-sucedida, os cientistas possam se sentir inclinados a desextinguir outras espécies, o que levanta questões sobre a manipulação da biodiversidade e do equilíbrio ecológico.

Desafios e Custos da Deextinção: Um Projeto Complexo

Além disso, há preocupações práticas. A deextinção do mamute lanoso envolve etapas complicadas e custos substanciais. A criação de uma população saudável exigiria não apenas a reintrodução bem-sucedida de vários indivíduos, mas também a gestão e monitoramento constante desses animais por anos. Esse processo consome recursos financeiros e pode desviar fundos de projetos de conservação dedicados a espécies atualmente ameaçadas de extinção, o que é uma preocupação legítima para os ecologistas.

Continuação do Projeto

Apesar das controvérsias e desafios, o projeto de deextinção do mamute lanoso continua em andamento. A empresa Colossal lidera essa iniciativa, e se você deseja se manter atualizado sobre seus avanços e descobertas, pode acessar o site oficial da Colossal por meio deste link: https://colossal.com/mammoth/.

Conclusão

Neste emocionante mergulho no campo da deextinção, exploramos a fascinante possibilidade de trazer de volta à vida espécies extintas, com destaque para o majestoso mamute lanoso. Ao longo deste artigo, conhecemos a grandiosidade dessas criaturas pré-históricas que vagaram pela Terra durante o período Pleistoceno, deixando um legado marcante em nossa história.

O mamute lanoso, com sua imponência e adaptabilidade aos climas frios, tornou-se o foco de projetos ambiciosos que buscam sua ressurreição. As inúmeras amostras genéticas bem preservadas encontradas na Sibéria oferecem um potencial rico e inspirador para os geneticistas, que almejam desvendar os segredos da adaptação ao frio extremo e, assim, criar um embrião híbrido entre o mamute e o elefante asiático, seu parente vivo mais próximo.

As implicações desse projeto vão além da mera curiosidade científica. A reintrodução dos mamutes lanosos pode ter um impacto significativo no ecossistema ártico, auxiliando na luta contra o aquecimento global e protegendo o permafrost, importante reservatório de carbono.

Em palavras do grande Richard Garriott, ”A desextinção de espécies extintas pode se tornar a manchete mais importante do século XXI, assim como a chegada do homem à lua foi no século anterior. Esse projeto, tão profundo em sua essência, desafia a própria noção do que é possível alcançar pela ciência e pelo engenho humano.”.

Referencias:

https://colossal.com/mammoth/

https://en.wikipedia.org/wiki/Revival_of_the_woolly_mammoth

https://edition.cnn.com/2021/09/13/world/woolly-mammoth-resurrect-deextinction-scn/index.html

https://phys.org/news/2019-04-ecologist-science-de-extinction.html

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