Rejeição de filhotes em gatas: Dicas para identificar e lidar com o problema

A rejeição de filhotes por parte das gatas é um comportamento preocupante e desafiador, que pode ter consequências significativas para o desenvolvimento e bem-estar dos pequenos felinos. Compreender as razões por trás desse comportamento e saber como identificar os sinais precoces é fundamental para garantir que os filhotes recebam os cuidados necessários.

Este artigo abordará as possíveis razões para a rejeição das gatas em relação aos seus filhotes, os sinais de negligência materna, o impacto da rejeição nos filhotes e estratégias para reconciliar a mãe com sua ninhada. Ao entender esses aspectos, os cuidadores poderão adotar medidas adequadas para garantir o bem-estar dos filhotes e promover seu desenvolvimento saudável.

Razões para a rejeição por parte da mãe

Quando uma gata rejeita seus filhotes, é natural ficar preocupado. No entanto, entender as possíveis razões por trás desse comportamento e como lidar com ele é fundamental para garantir o bem-estar dos filhotes.

Problemas de Saúde e Estresse Durante o Parto

Um dos motivos mais comuns para a rejeição de filhotes é a presença de problemas de saúde ou estresse durante o parto. Condições médicas, como infecções uterinas ou mamárias, podem interferir no instinto maternal da gata e fazê-la evitar o contato com os filhotes. Além disso, um parto difícil, doloroso ou prolongado pode estressar a gata, levando-a a se mostrar desinteressada em cuidar dos filhotes.

Falta de Experiência

Gatas jovens e inexperientes, especialmente as que estão tendo sua primeira ninhada, podem ter dificuldades em lidar com os filhotes. Elas podem ainda não ter desenvolvido plenamente seus instintos maternais ou sentir-se inseguras e incapazes de cuidar dos pequenos adequadamente. Nesses casos, a rejeição pode ser temporária e tende a melhorar à medida que a gata ganha confiança e experiência.

Ambiente Estressante para a Gata

O ambiente ao redor da gata também pode influenciar seu comportamento em relação aos filhotes. Mudanças repentinas, presença de estranhos, ruídos altos ou outros fatores estressantes podem fazer com que a gata pare de se importar com seus filhotes. Ela pode ficar agitada, distraída ou até mesmo agressiva, o que a afastará dos filhotes ou a fará ignorar suas necessidades.

Doenças, Deformidades e Mastite

A presença de doença ou deformidade em um filhote pode levar à rejeição pela gata mãe, que pode tentar proteger os outros filhotes. Além disso, a mastite, uma infecção das glândulas mamárias, pode dificultar a amamentação, resultando em rejeição.

Tamanho da Ninhada e Habilidades Maternais

Uma gata mãe pode rejeitar um ou vários filhotes se o tamanho da ninhada for muito grande para ela cuidar. Ela pode escolher concentrar seus esforços nos filhotes mais saudáveis e rejeitar os mais fracos. Além disso, mães jovens ou com habilidades maternais menos desenvolvidas podem demonstrar desinteresse ou confusão em relação aos filhotes.

Identificando se a Gata Está Alimentando os Filhotes

Filhotes inquietos, miando constantemente e não ganhando peso podem indicar que a mãe não tem leite suficiente. Em ninhadas grandes, ela também pode parar de alimentar alguns dos filhotes por falta de leite para todos. Nesses casos, é importante intervir e alimentá-los com mamadeira para garantir sua sobrevivência.

É bom lembrar que, filhotes que já são capazes de comer alimento sólido, naturalmente começam ser rejeitados pela mãe

Quando os filhotes têm cerca de 3 a 4 meses, é normal que a gata mãe comece a ignorá-los. Faz parte do processo de crescimento. Recomenda-se que os filhotes permaneçam com suas mães até completarem 12 semanas, mas alguns gatos podem começar a rosnar ou “bater” nos filhotes quando tentam mamar nessa fase. Embora seja triste, não há nada que possa ser feito para evitar essa mudança de comportamento.

Encostar nos Filhotes Pode Fazer a Mãe Rejeitar?

Ao contrário do que se pensa, tocar nos filhotes não fará com que a gata mãe os abandone. Ela pode mover os filhotes para longe, às vezes esquecendo um deles e voltando mais tarde. Desde que a mãe não rosne, não há problema em manusear os filhotes brevemente, pois eles precisam de socialização para se sentirem confortáveis com a presença humana.

Lidando com a Rejeição de Filhotes em Gatas

Lidar com a rejeição de filhotes em gatas requer paciência, cuidados e intervenção adequada. Ao entender as razões por trás desse comportamento, podemos adotar as medidas necessárias para ajudar a mãe e os filhotes, proporcionando-lhes o suporte necessário para um desenvolvimento saudável e feliz. Caso encontre um filhote rejeitado, é fundamental levá-lo ao veterinário o mais rápido possível, alimentá-lo com uma fórmula substituta de leite e garantir um ambiente aquecido, especialmente se tiverem menos de três semanas de idade.

Identificando os sinais de rejeição de filhotes por parte da gata

A rejeição de filhotes por parte de uma gata é um comportamento preocupante, mas existem maneiras de identificar os sinais precoces e agir para garantir o bem-estar dos pequenos.

Negligencia

Quando uma gata rejeita seus filhotes, ela pode se recusar a amamentá-los, ignorar seus chamados de fome ou afastar-se quando tentam mamar. Além disso, ela pode evitar o contato físico, afastando-se quando os filhotes tentam se aninhar ou se afastando quando eles se aproximam. Às vezes, a gata pode até apresentar comportamentos agressivos, como rosnar, bater nas crias ou machucá-las fisicamente.

Agressividade

É importante observar a gata mãe em busca de sinais de irritação, distração ou angústia, como a falta de aconchego dos filhotes para mantê-los aquecidos, a ausência de lambedura para limpeza e a recusa em amamentá-los. Os miados e choros incessantes dos filhotes também são indicadores de que estão sendo rejeitados e precisam de atenção. Se a gata mãe isolar os filhotes do ninho ou separá-los, isso é um sinal claro de negligência, e nesses casos, não se deve devolvê-los à gata, pois isso pode resultar na rejeição de todos os filhotes. É responsabilidade do cuidador mantê-los aquecidos e alimentá-los com substitutos de leite para filhotes.

Impacto da Rejeição nos Filhotes

A rejeição de filhotes por parte das gatas pode ter um impacto significativo no desenvolvimento e bem-estar dos pequenos felinos. Compreender as consequências desse comportamento materno é essencial para identificar e lidar adequadamente com o problema.

Falta de Nutrição Adequada

Quando uma gata rejeita seus filhotes, a amamentação é comprometida, resultando em falta de nutrição adequada para os filhotes. O colostro felino, o primeiro leite produzido pela mãe após o parto, é especialmente importante para o desenvolvimento dos filhotes, pois fornece nutrientes essenciais e anticorpos que fortalecem o sistema imunológico. Sem o acesso adequado ao colostro e ao leite materno, os filhotes correm o risco de enfrentar atrasos no crescimento e deficiências nutricionais.

Atraso no Desenvolvimento e Maior Vulnerabilidade a Doenças

A rejeição materna pode ter efeitos duradouros no desenvolvimento dos filhotes. A falta de cuidados maternos, como lambedura, estimulação e interação, pode resultar em atrasos no desenvolvimento físico e comportamental dos filhotes. Eles podem ter dificuldade em aprender habilidades sociais e de higiene, bem como em regular sua temperatura corporal. Além disso, a ausência de anticorpos do leite materno os torna mais vulneráveis a doenças e infecções.

Problemas Comportamentais e Dificuldades de Socialização

A rejeição materna pode levar a problemas comportamentais nos filhotes. Eles podem apresentar ansiedade, medo, agressividade ou dificuldade em estabelecer vínculos sociais saudáveis. A falta de interação materna adequada pode afetar negativamente sua capacidade de se relacionar com outros gatos e com seres humanos. Esses problemas comportamentais podem persistir ao longo da vida dos filhotes.

Como Reconciliar a Mãe com seus Filhotes

Fonte da imagem: Jennifer C.

Quando lidamos com a rejeição de filhotes em gatas, pode ser preocupante e desafiador reconciliar a mãe com seus filhotes. Embora não haja uma maneira definitiva de garantir a reconciliação, existem estratégias que podem ser tentadas para melhorar essa situação.

Reintrodução Gradual:

Uma estratégia eficaz para tentar reconciliar a mãe com seus filhotes é a reintrodução gradual. Isso envolve permitir que a mãe interaja com os filhotes em um ambiente controlado e supervisionado. Inicialmente, mantenha a mãe e os filhotes separados por uma grade ou uma porta de tela, permitindo que eles se vejam e se sintam próximos sem qualquer risco. Com o tempo, se a mãe mostrar interesse e aceitação, você pode permitir que ela interaja fisicamente com os filhotes. Observe atentamente as reações dela e dos filhotes durante todo o processo.

Não Separe os Filhotes por Muito Tempo

Ao lidar com uma gata que rejeita seus filhotes, é importante evitar separá-los por um período prolongado. Quando os filhotes são separados da mãe por muito tempo, eles correm o risco de perder o cheiro dela, o que pode dificultar o processo de reconciliação. A mãe pode não reconhecê-los mais como seus filhotes, tornando a reconciliação ainda mais desafiadora. Portanto, evite separações prolongadas sempre que possível.

Separação Definitiva

Se a reconciliação parecer impossível ou a mãe mostrar agressividade constante em relação aos filhotes, pode ser necessário considerar a separação definitiva. Nesses casos, é crucial garantir que os filhotes recebam os cuidados adequados para seu desenvolvimento saudável. A amamentação manual com mamadeira e fórmula específica para gatos filhotes é uma opção a ser considerada nesses casos. Consultar um veterinário para orientações adicionais é altamente recomendado.

Resumo

Quando uma gata rejeita seus filhotes, várias razões podem estar envolvidas. Problemas de saúde e estresse durante o parto podem interferir nos instintos maternais da gata, levando-a a evitar o contato com os filhotes. Gatas jovens e inexperientes também podem apresentar rejeição temporária, enquanto adquirem confiança e habilidades maternais. Mudanças repentinas no ambiente, doenças e deformidades nos filhotes, além do tamanho da ninhada, podem ser fatores que contribuem para a rejeição.

Identificar os sinais de rejeição é essencial para agir rapidamente. A falta de nutrição adequada pode impactar o desenvolvimento dos filhotes, tornando-os mais vulneráveis a doenças e enfrentando problemas comportamentais e dificuldades de socialização. Embora seja possível tentar reconciliar a mãe com os filhotes por meio da reintrodução gradual, em alguns casos, a separação definitiva pode ser necessária. Ao compreender as razões e consequências da rejeição, podemos proporcionar cuidados adequados e garantir o bem-estar dos filhotes rejeitados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *